Fossa séptica biodigestora: nova versão para áreas inundáveis

Na Ilha das Cinzas, cravada na fronteira entre o Pará e o Amapá, pesquisadores e comunidade conseguiram adaptar um modelo de fossa séptica biodigestora suspensa, com resultados tão promissores quanto os observados na versão tradicional, que é enterrada para que o solo atue como isolante térmico. A pequena ilha do arquipélago do Marajó foi o berço do primeiro experimento adaptado para atender a áreas inundáveis do estuário do Rio Amazonas, onde o nível da água varia diariamente em função das marés oceânicas. O sistema evita contaminação dos mananciais e ainda gera adubo para pequenos produtores.

Instaladas no primeiro semestre de 2016 na ilha como parte das ações previstas no projeto “Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico”, liderado pelo pesquisador da Embrapa Amapá Marcelino Carneiro Guedes, as unidades da fossa séptica biodigestora receberam o emprego de metodologias diferenciadas, com o uso do tradicional esterco bovino para potencializar a biodigestão anaeróbia e também um produto biológico comercial. Duas unidades da fossa séptica biodigestora receberam o esterco bovino como inoculante, mas não foram enterradas conforme preconiza o modelo original, a fim de evitar variações de temperatura. As caixas de polietileno foram instaladas suspensas a um metro do chão, sobre um tablado de madeira.

Análises preliminares do efluente das fossas demonstraram que as adaptações estão cumprindo o papel de manter a digestão dos materiais fecais presentes no esgoto doméstico e, pelo processo de biodigestão anaeróbia, descontaminá-lo e transformá-lo em adubo orgânico.

A tecnologia instalada na Ilha das Cinzas foi desenvolvida pela Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), que realizou um levantamento, em 2016, no qual constatou que mais de 11 mil unidades foram adotadas em 250 municípios brasileiros, nas cinco regiões do País, beneficiando mais de 57 mil pessoas.

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