O senador Ciro Nogueira, presidente Nacional do Progressistas, divulgou nota agora há pouco afirmando que não vê razões que justifiquem a operação da Polícia Federal em sua residência e em empresas de sua propriedade.
Na manhã desta sexta-feira, a PF realiza a operação “Compensação” e cumpre sete mandados de busca e apreensão em endereços do senador.
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O deputado Júlio Arcoverde, presidente estadual do Progressistas, informou que o senador Ciro Nogueira não se encontra em Teresina e que ele está em atividade partidária no Rio Grande do Sul.
“falei com a deputada Iracema Portela, que está em Brasília, vindo para a minha posse, e informou que estão tranquilos e que a busca em Brasília foi rápida. É mais uma alarde e não se comprova nada contra o senador”, disse Júlio Arcoverde, que tomará posse às 12h, desta sexta-feira, como presidente da Semel.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) a Operação “Compensação”, que cumpre sete mandados de busca e apreensão em endereços do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas. A PF cumpre mandados em Teresina, Brasília e São Paulo. Em nota, a PF afirma que apura o cometimento de crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
Em Teresina, os policiais estão na residência do senador, no bairro Santa Izabel, zona Leste de Teresina e em uma concessionária de motos de propriedade de Ciro Nogueira, na entrada do bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste da cidade. Agentes federais ainda se encontram na concessionária com duas viaturas da PF. Os policiais não falaram com a imprensa.
Além de cumprir os mandados, a PF está intimando pessoas para prestarem depoimentos. Segundo a polícia, a operação faz parte dos desdobramentos de investigações decorrentes do Inquérito 4736/Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores que afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao Partido Progressista, em pagamentos em espécie e doações oficiais, por intermédio do senador, em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.
De acordo com Estadão Conteúdo, estes depoimentos são de colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS e está relacionado aos repasses das empresas para partidos e políticos com o objetivo de angariar apoio à candidatura à Presidência de Dilma Rousseff (PT).
“Verifica-se nos autos existência de indícios mínimos aptos a motivar a abertura de investigação no âmbito dessa Corte sobre o pagamento de vantagens indevidas, no ano de 2014 e 2017, em beneficio do Senador da Republica Ciro Nogueira Lima Filho para que seu partido apoiasse o governo nas eleições presidenciais, bem como não agisse contra a então Presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment instaurado no Congresso Nacional”, afirmou a procuradora-geral Raquel Dodge ao abrir a investigação.
Em nota sobre a operação, a PGR afirmou que os colaboradores narraram a compra de apoio político a partidos por meio de Ciro Nogueira e que “parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais – simuladas – e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador.”
Cerca de 30 Policiais Federais cumprem os mandados de busca e apreensão, autorizados pela Ministra Rosa Weber.