O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira durante reunião do Grupo de Lima na Colômbia que a Venezuela pode retornar ao “convívio democrático” sem que para isso seja necessária a adoção de medidas extremas, ao mesmo tempo que reiterou o compromisso do Brasil com a paz no Hemisfério Ocidental.
Durante a reunião, da qual também participou o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, Mourão também disse que a Venezuela não conseguirá deixar sozinha o regime chavista, atualmente liderado pelo presidente Nicolás Maduro e defendeu a solidariedade panamericana com o país vizinho.
“O Brasil acredita firmemente que é possível devolver a Venezuela ao convívio democrático das Américas sem qualquer medida extrema”, disse Mourão em seu discurso, no qual também defendeu a realização de eleições livres no país vizinho.
A fala do vice-presidente vem depois de tensões na região de fronteira entre Brasil e Venezuela em Pacaraima (RR), quando forças venezuelanas dispararam bombas de gás contra manifestantes venezuelanos em território brasileiro.
Após o encontro, em entrevista à GloboNews, Mourão disse que “em hipótese alguma” o Brasil permitirá que os Estados Unidos usem o território do país numa eventual intervenção na Venezuela.
O governo do presidente Jair Bolsonaro enviou veículos com alimentos e medicamentos como ajuda humanitária para a Venezuela, que vive uma profunda crise econômica, social e política, mas o governo Maduro impediu a entrada da ajuda.
Na noite de domingo, o Ministério da Defesa do Brasil divulgou nota em que afirma que militares brasileiros e venezuelanos negociaram para evitar novos confrontos na área fronteiriça.
Em publicações em sua conta no Twitter, Mourão também defendeu uma solução pacífica para a crise venezuelana “sem aventuras”.
“Vamos manter a linha de não intervenção, acreditando na pressão diplomática e econômica internacional para buscar uma solução pacífica. Sem aventuras. Condenamos o regime de Nicolás Maduro e estamos indignados com a violência contra a população venezuelana”, escreveu o vice.
“Considerada nossa estatura político-estratégica na região, a tarefa não é somente liderar uma iniciativa de preservação da paz e da segurança nas Américas, mas oferecer o valioso exemplo de uma ação conjunta, equilibrada, prudente e consistente para superar a crise na Venezuela”, acrescentou.