Uma ação conjunta de inspeção fitossanitária em plantações de banana foi realizada em duas propriedades rurais localizadas no município de Barão de Grajaú. A atividade envolveu a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED/MA) e a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), pois as propriedades estão localizadas próximas à divisa dos dois estados. O objetivo da inspeção foi verificar a suspeita de ocorrência da Sigatoka Negra, praga que afeta variedades de banana.
As equipes das duas Agências foram checar sintomas suspeitos da Sigatoka Negra nos povoados de Caraíba dos Lopes e Serra Redonda. Como o Piauí ainda tem status livre da praga, a divulgação do foco em região próxima deixou o Serviço de Defesa Vegetal do estado vizinho em alerta. “Toda parceria entre as agências, que venha contribuir para retardar a entrada da praga no estado vizinho, deve ser fortalecida e priorizada pelos estados”, destacou o engenheiro agrônomo da Aged, Acilon da Silva. No primeiro semestre deste ano, o fiscal da Unidade Regional de São João dos Patos ministrou uma palestra técnica em Barão de Grajaú, quando foi chamado por um produtor rural para verificar um possível foco da praga, que acabou sendo confirmado.
De acordo com o coordenador de Defesa Vegetal da Aged, Roberval Raposo Júnior, que também participou da atividade, a Agência tem realizado ações para impedir a disseminação da Sigatoka Negra. “Cabe a nós o desenvolvimento de estratégias que levem conhecimento aos produtores das medidas existentes que controlam a praga, de modo não a facilitar sua dispersão e permitir a manutenção de suas atividades. Quanto à parceria com o Piauí, o nosso serviço está à disposição”, ressaltou Roberval Raposo Júnior.
Após a inspeção fitossanitária, foi constatado o baixo risco de dispersão da praga em razão da localização geográfica das plantas contaminadas e o tipo de exploração, para consumo próprio, caracterizando um risco epidemiológico baixo, já que o número de plantas é reduzido e não há trânsito, comércio ou intercâmbio de partes disseminadoras do fungo, como frutos, folhas e mudas contaminadas. As condições climáticas atuais não são favoráveis à identificação de mais plantas com sintomas, assim, novas inspeções deverão ser feitas no período chuvoso, quando o índice de reprodução do fungo aumenta. A Sigatoka Negra tem sido alvo de atenção da Aged por ser uma doença com alto poder destrutivo, considerada uma Praga Quarentenária Presente, pois atinge um produto de alto valor comercial, a banana, mais ainda não está inclusa em programas oficiais de controle.
Por meio de uma nota técnica, a Adapi destacou que a ação conjunta integra um Plano Emergencial de Controle da Sigatoka Negra no Piauí, no intuito de manter o status livre da praga. Além disso, a agência reforçou a necessidade de realizar outras atividades em parceria com a Aged. “Entendemos que ações conjuntas como estas devem ser mantidas e intensificadas, pois o trabalho em parceria propicia, além da permuta de conhecimentos e tecnologias, a possibilidade de somar esforços para instituição de uma Defesa Vegetal forte e coesa na nossa região”, ressaltou o coordenador de Defesa Vegetal Isaias Marques, que assina a nota. Participaram também da ação pela Adapi o coordenador da Prevenção, Vigilância e Controle de Pragas Ítalo Frânquel e o fiscal Estadual Agropecuário Wellamy Vargas. A ação contou ainda com a participação do fiscal Estadual Agropecuário da Aged Marcos André Melo.
Identificada no Maranhão desde 2013, a doença é uma ameaça principalmente para pequenos produtores, por isso a Aged tem realizado ações de controle no estado. Dentro das ações de controle da praga, a Agência participou, no início deste mês, de uma oficina, na Fazenda Escola da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), com produtores rurais da zona rural de São Luís. A oficina teve como objetivo alertar os produtores para os sintomas característicos da Sigatoka Negra, já que a praga ainda não havia sido identificada na capital.
Sintomas da Sigatoka Negra:
– Descolorações ou pontuações despigmentadas (menores que 1mm), visíveis na parte inferior da folha;
– Estrias de coloração marrom-clara, com 2 a 3 mm de comprimento;
– Manchas ovais de cor marrom escura na face inferior e negra na face superior da folha;
– Estrias que se alongam e já podem ser visualizadas em ambas as faces da folha;
– Manchas com centro deprimido e de coloração branco acinzentado, que se unem em períodos favoráveis ao desenvolvimento do fungo.
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