Sob risco de invasão iminente de fazendeiros e grileiros, o território dos indígenas Awá-Guajá, no Maranhão, vai receber reforço na segurança. O governador do estado, Flávio Dino, do PC do B, anunciou no Twitter, na terça-feira (22), o envio de policiais do Batalhão Ambiental para a região, a pedido da Funai, com a finalidade de evitar conflitos.
Na semana passada, a proteção da terra indígena foi tema de uma reunião entre o Secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, e o Coordenador da Frente de Proteção Etno Ambiental Awá-Guajá da Funai, Bruno de Lima e Silva.
Segundo a secretaria, fazendeiros nos municípios de São João do Caru, Governador Newton Belo, Zé Doca e Centro Novo do Maranhão estão mobilizando antigos posseiros contra a decisão judicial de desintrusão da área demarcada em 2014.
No encontro, o representante da Funai também relatou o clima de tensão nas cidades vizinhas à reserva, principalmente após o incêndio de uma base da Fundação no município de Zé Doca, no dia 12 de janeiro. Fazendeiros e madeireiros ilegais são os principais suspeitos.
Em nota, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular informou que, além das medidas protetivas, está em contato com o Incra para checar as condições do assentamento em Parnarama, para onde foram deslocados os ocupantes da terra indígena à época da desintrusão.
O titular da pasta, Francisco Gonçalves, afirma reconhecer, igualmente, os direitos dessas pessoas e lamenta que suas vulnerabilidades estejam sendo utilizadas para atender aos interesses econômicos de grandes latifundiários que pleiteiam a retomada da terra indígena.
E atendendo a solicitação da Secretaria, o Ministério Público Federal no Maranhão pediu à Justiça Federal, no último dia 18, que adote medidas urgentes para garantir a segurança no entorno da Terra Indígena Awá-Guajá e determine o deslocamento imediato das Polícias Federal e Rodoviária Federal para a região a fim de evitar uma possível invasão por não índios.