Neurocirurgião explica como foi atendimento de Gugu: ‘Deteriorou rapidamente’
O médico brasileiro que confirmou a morte de Gugu Liberato explicou o procedimento, que aconteceu em um hospital de Orlando, nos EUA, onde o apresentador se acidentou. Guilherme Lepsky contou em entrevista ao Jornal Nacional que o apresentador não chegou à unidade médica com quadro de morte encefálica, mas seu estado de saúde piorou de maneira muito rápida.
“Aí foi um tempo para se declarar a morte encefálica, um tempo maior. Porque a gente precisa ter um tempo de observação. Uma coisa é avaliação da gravidade neurológica no momento que o paciente entra. Outra coisa é diagnóstico da morte encefálica, que demanda tempo. Tinha alguma atividade respiratória no início, então não era de início morte encefálica. Tinha alguma atividade na prova de apneia, uma prova que se faz.
Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente. E aí as provas subsequentes comprovaram isso”, diz. A família de Gugu cuida da documentação para trazer o corpo ao Brasil. A expectativa é de que isso aconteça na quarta (26) ou quinta (27). Ontem, os médicos americanos trabalharam para cuidar da doação de órgãos, desejo de Gugu. Só depois disso o governo americano expede um atestado de óbito, documento necessário para a repatriação do corpo.
O velório vai acontecer na Assembleia Legislativa de São Paulo, aberto ao público. O sepultamento será no jazigo da família, no Cemitério, no bairro do Morumbi. Acidente Gugu estava com a esposa, Rose, e os três filhos em sua casa. Ele costumava passar um período do ano lá. Tinha chegado aos EUA na própria quarta, após uma viagem a Singapura. Ele subiu no forro da casa para tentar trocar o filtro do ar-condicionado. Uma parte de gesso do forro não aguentou o peso de Gugu e cedeu. O apresentador caiu de uma altura de quatro metros, na sala da casa, e bateu a cabeça.
O filho mais velho de Gugu, João Augusto, 18 anos, presenciou a queda e foi quem chamou os serviços de emergência. O socorro chegou rapidamente à casa de Gugu e o levou para um hospital próximo. Quando deu entrada, o apresentador tinha uma fratura na têmpora direita. Também foi detectado que ele estava em nível 3 na escala Glascow, que mede a atividade cerebral. A escala vai de 0 a 15, ou seja, Gugu já deu entrada com baixa atividade no cérebro. Como a hemorragia era grande, os médicos preferiram não fazer uma cirurgia. Alertados do acidente, a mãe de Gugu, de 90, anos, e os dois irmãos, Aparecida e Amandio, viajaram para os EUA, chegando na quinta no final da tarde. Foi nesse dia também que começaram os protocolos para detectar a morte encefálica de Gugu.
Além dos exames narrados por Guilherme Lepsy, também foi feita uma angiografia, que detectou que não havia mais fluxo de sangue para o cérebro do apresentador. Segundo os médicos americanos, com o gesto de doar órgãos, Gugu deve ajudar a salvar a vida de 50 pessoas.
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