O Governo do Maranhão debateu os rumos da agricultura familiar com autoridades, membros da sociedade civil, sindicatos, lideranças ligadas ao segmento, além dos produtores rurais. O diálogo aconteceu nesta quinta-feira (26), durante a primeira Conferência Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural (Confeaf), realizada na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (Fetaema), no Araçagy.
Durante o evento, o governador Carlos Brandão lembrou que o debate permitirá a definição do Plano Estadual da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural para a elaboração de políticas públicas alinhadas com o anseio dos agricultores familiares. Ele ressaltou que uma das características da gestão é desenvolver um governo participativo, considerando as contribuições da sociedade.
“Essa conferência democratiza a maneira de fazer gestão na agricultura. Aqui a gente teve a oportunidade de conversar com agricultores familiares de vários municípios, e nós viemos ouvir essas pessoas para fazer o Plano Estadual da Agricultura Familiar. O Governo Federal já lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar e nós estamos elaborando esse plano estadual para acertar, e só acerta quando se ouve o agricultor familiar”, afirmou Brandão.
A Confeaf é organizada pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e, além do debate do Plano Estadual da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, busca promover a troca de ideias entre os diversos atores sociais para o fortalecimento da produção no estado. O evento reuniu representantes dos povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco, movimentos sociais, agricultores familiares e autoridades de mais de 130 municípios que debateram o tema “Alimentos saudáveis + respeito à natureza = vida digna” durante os painéis, grupos temáticos e uma grande plenária final.
“Esta é uma orientação do governador Carlos Brandão, que está fazendo o Orçamento Participativo, e nesta área da agricultura familiar nós estamos escutando todos os segmentos envolvidos. Todos aqueles que trabalham com essa temática foram convidados para participar e estão trazendo a sua colaboração para um planejamento estratégico para o desenvolvimento da agricultura familiar e para o desenvolvimento rural. Portanto, é um grande legado”, avaliou o secretário de Estado da Agricultura Familiar, Bira do Pindaré.
Entre as autoridades presentes durante o evento esteve a diretora-executiva da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Loroana Santana, que destacou o protagonismo do Maranhão para o desenvolvimento da agricultura familiar.
“Esse é um momento ímpar para discutir com a sociedade maranhense e com os nossos agricultores e agricultoras familiares qual é a agricultura familiar que queremos. Nós temos entes do Governo Federal, Estadual e Municipal junto com os movimentos do campo pautando ações de fortalecimento da produção, crédito, comercialização e organização da produção. O Maranhão segue na vanguarda fazendo com que a gente tenha um espaço de colaboração mútua no que diz respeito às discussões e pautas inerentes a agricultura familiar”, explicou.
A presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (Fetaema), Angela Maria de Sousa Silva, destacou a disposição da gestão estadual para o diálogo e a importância dos agricultores familiares apresentarem contribuições para o Plano Estadual da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural.
“A gente precisa ter um orçamento que atenda às necessidades dos trabalhadores para produzir e comercializar a produção e essa iniciativa do Governo do Estado é muito positiva por estar ouvindo as associações, as cooperativas, os sindicatos, as trabalhadoras e os trabalhadores rurais como um todo. A partir dessa escuta eu acredito que o governo irá fazer muito pelo nosso estado e acima de tudo pela agricultura familiar”, argumentou.
O produtor familiar e engenheiro agrônomo João Carlos de Oliveira Lima, que também é membro do Instituto Batista do Areal no município de Bequimão, trabalha há 40 anos com a produção de alimentos e avaliou a conferência como de fundamental importância para a resolução de gargalos enfrentados pelos trabalhadores.