(SEXTA e SÁBADO, 19h30)_Pré-estreia do filme Coreografias Maranhenses: Caboclo de Pena_baile dos caboclos – entrada gratuita Projeto destaca a qualidade da dança na cultura popular do Maranhão
Centro Cultural Vale Maranhão realiza nesta sexta e sábado a pré-estreia do filme Coreografias Maranhenses: Caboclo de Pena, que registra de forma inédita o bailado do caboclo de pena do Bumba Meu Boi
Nos dias 25 e 26 de outubro, o Centro Cultural Vale Maranhão recebe o público para a pré-estreia de sua primeira produção cinematográfica, o curta metragem Coreografias Maranhenses: Caboclo de Pena.
O filme retrata o bailado de 29 caboclos de pena, pertencentes a onze bois de sotaque de matraca, oriundos de quatro cidades. O Caboclo de Pena, também conhecido como caboclo real ou peneiro, é figura emblemática do Bumba Meu Boi de sotaque de matraca, predominante nos quatro municípios da Ilha de São Luís e na cidade de Icatu. Existem cerca de 40 bois de matraca no Maranhão.
Após a exibição do filme, haverá apresentação dos caboclos de pena, acompanhados dos cantadores de seus bois e das trupiadas do Boi de Maracanã e do Boi da Madre Deus, considerado o mais antigo boi de matraca do Maranhão. Os cantadores e compositores Ribamarzinho e Canário, do Boi Tremor da Campina, criaram duas toadas para a trilha sonora do filme, homenageando os caboclos de pena.
O filme é o primeiro fruto do projeto Coreografias Maranhenses, que visa destacar a qualidade da dança presente na diversa e sofisticada cultura popular maranhense. A criadora do projeto, Paula Porta, que também responde pela direção e curadoria do Centro Cultural Vale Maranhão, explica que a proposta é documentar de maneira inédita os bailados de maior destaque. “A apresentação de um Bumba Meu Boi é tão deslumbrante em seu conjunto, que muitas vezes não conseguimos apreciar com a devida atenção cada um de seus elementos. A dança é um destaque, são várias coreografias ou bailados simultâneos e cada sotaque tem suas particularidades e personagens. O que propomos é tirá-la do conjunto para poder apreciá-la em detalhe, nesse sentido, é um olhar inédito”, afirma.
A dança do caboclo de pena destaca-se pela liberdade de criação individual dos passos, cada bailante tem sua ginga e estilo e a idade não é limitadora. Os bailantes escolhidos pela curadoria artística do projeto, realizada pelo bailarino Calu Zabel, têm idades entre 12 e 102 anos. O decano, Sr. Guará, natural de Icatu, faz as penas balançarem há 46 anos e não pensa em parar.
“O bailado do caboclo de pena se aprende pela experiência e se aprimora com o tempo. É maravilhoso ver caboclos de todas as idades, ver senhoras e senhores bailando, observar o refinamento e a sensibilidade desses corpos que já dançaram muito e que continuam, apesar do vigor que essa personagem exige. Isso mostra a potência e a resistência que a dança traz para a vida de todos”, observa Zabel.
Tão importante quanto a ginga de cada bailante, é a deslumbrante indumentária de penas de ema, composta por onze peças. Seu peso, que pode chegar a trinta quilos, é determinante para a dança. Alguns dos caboclos de pena reunidos no projeto são também artesãos de roupa de pena. O processo de confecção é bastante trabalhoso e vai da escolha das penas pelo comprimento até a montagem, passando pelo tingimento, costura, bordado e fabricação da estrutura metálica do chapéu.
O filme
O curta metragem Coreografias Maranhenses: Caboclo de Pena tem roteiro e direção assinados pela historiadora Paula Porta, pelo bailarino Calu Zabel e pelo arquiteto Gabriel Gutierrez.
O filme traz um olhar contemporâneo sobre a dança presente na cultura popular, que merece ser melhor conhecida e reconhecida em sua qualidade. Destaca a diversidade de gingas e passos, que não seguem uma coreografia pré-determinada. A devoção e a paixão pelo Bumba-boi são os elementos que movem os bailantes e sua relação com a dança. “Os caboclos de pena são criadores que podem estar, com destaque, em qualquer festival de dança do país ou do exterior”, aponta Paula Porta.
“Documentar este bailado, parte do patrimônio cultural do Brasil, e celebrá-lo no Centro Cultural Vale Maranhão, com os caboclos de pena, é um reconhecimento à diversidade das expressões culturais do povo maranhense e uma forma de compartilharmos essa produção artística com o Brasil e também com o mundo”, afirma Hugo Barreto, diretor de sustentabilidade e investimento social da Vale.
Entrevistas e solos de todos os bailantes em brev
e estarão disponíveis no canal do CCVM no YouTube, para quem quiser conhecer melhor os protagonistas e continuar desfrutando da incrível beleza dessa dança.


